A viagem de Ruth – Tudo começou numa Copa do Mundo

 

Copa do Mundo. Brasil e sei lá quem. Isso não importava muito para Ruth e sim que assistir à final dessa disputa num lugar cheio de gente (homem) poderia dar sorte, não necessariamente para a seleção, mas para ela. E deu, pelo menos naquele dia.

Ruth conheceu Pedro. Loiro, alto, lindo, envolvente. De repente, minutos antes da marcação de um pênalti em cima do Brasil, um beijo roubado. Apesar da derrota, a noite foi boa, os dias seguintes também. Por coincidência, a bela trabalhava na mesma empresa que Pedro, ela na biblioteca e ele na área de Tecnologia da Informação.

Passaram a se esbarrar pelos corredores e o calor aumentava cada vez mais. Ele, que nem era tão adepto à literatura, passou a se interessar por alguns livros disponíveis para empréstimo. E, por coincidência, o computador dela começou a falhar constantemente.

Pedro e Ruth saíram algumas vezes, isso quando o rapaz não desmarcava o compromisso amoroso em cima da hora.

Numa noite, durante o fim de uma festa no apartamento de uma amiga em comum, Pedro ficou de levar Ruth para casa, mas antes levaria um amigo embora. Pediu então que ela o esperasse na portaria do prédio, que logo voltaria. Não foi o que aconteceu. Ele não voltou. Ela deu o troco na mesma hora. Subiu novamente no apartamento da amiga, já que ainda havia algumas pessoas, e acabou transando lá mesmo com o chefe do sumido, que era casado e simplesmente o vice-presidente da empresa, diga-se de passagem, de um renomado banco.

O cara tinha mesmo o dom de marcar e desmarcar seus programas com a bela. Mas Ruth, moça de bom coração, perdoou os bolos que levou de Pedro e, para se restabelecer com o difícil rapaz, propôs uma viagem. Tudo marcado. Ruth já estava na porta de casa, de malas prontas, ansiosa para pegar estrada com o bonitão, que não apareceu, novamente.

A jovem quase enlouqueceu, mas aceitou, mais uma vez, o pedido de desculpas e o convite para passarem dois dias em um chalé numa cidade distante. Dessa vez deu tudo certo, pelo menos Pedro havia aparecido, o que já era um bom sinal. Durante a viagem, a conversa estava ótima e tudo era motivo de uma paradinha em algum posto qualquer, para aquecer um pouco mais o final de semana que estava por vir, afinal de contas, desde aquela partida desastrosa do Brasil, não foram além de muitos beijos e calientes amassos, ou seja, nada de sexo.

Eis que surge o tal lugar deserto e paradisíaco. Ruth provocava intensamente Pedro, que a essas alturas já estava totalmente entregue, aos braços da morena, esquecida por ele em algumas ocasiões. Deixa pra lá essa parte…

Além de sensual, bonita e inteligente, Ruth era muito criativa. Em sua primeira noite com aquele deus grego, nada poderia falhar, também pudera, ela esperou tanto tempo por isso…

Os dois se beijaram e se entrelaçaram um no outro. O quarto pegava fogo. Ruth resolveu realizar todas suas fantasias com Pedro – e ele topou.

Quarto escuro com uma pequena luz de lamparina acesa, vinho, frutas, tudo de bom. Num silêncio um pouco mais profundo, dava até para ouvir o barulho das ondas do mar.

Calma. Depois de tanta espera, as coisas não poderiam acontecer assim, tão rapidamente. Ruth queria curtir e deixar Pedro cada vez mais excitado. Corpos nus, sensualidade à flor da pele. Para apimentar mais a relação, uma proposta “inesperada”, um fetiche. Êxtase total de ambas as partes. Ruth mostrava seus dotes de dançarina do ventre, enquanto ele se deliciava ao olhar para aquelas curvas que deslizavam suavemente de um lado para o outro. Pausa para champagne, que Ruth foi buscar na sala ao lado.

Ao som de música sensual, o clima ficava cada vez mais romântico e uma voz sedutora tomou conta do ambiente, numa gravação que dizia:

_ Me espera aí, lindo! Se eu demorar, vai ver se eu tô na esquina, ou melhor, naquele prédio que você me deixou te esperando… lembra? Nossa, sem querer eu trouxe suas roupas, que pena, já peguei a estrada! Divirta-se.

O rapaz nada podia fazer, já que aceitou a ideia fascinante de ser amarrado, “só por um instante”, pela amada.

Pedro ficou furioso. Levou um tempão para engolir aquele sapo indigesto, mas depois de alguns meses o casal se reencontrou sem querer, num barzinho e a transa foi muito boa, mas não passou de uma noite de verão.

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