Se fez de sequestrado pra fugir do casamento? É a vida imitando as loucuras da ficção? Ou a ficção retratando os loucos vivos?

Vi hoje uma notícia que muito me chamou a atenção. Claro que chamou a atenção, afinal de contas, tudo o que tem a ver com confusões amorosas me chama atenção, será por quê? E a partir do momento que tomo ciência dos fatos, logo fico atenta para saber até que ponto vai a criatividade do ser humano nesse quesito e se a vida imita a ficção, no caso, os meus personagens um tanto quanto mentalmente diferenciados de pessoas consideradas “normais” no seu estado de espírito, corpo e alma.

Mas, voltando para o fato, que, aliás, ocorreu no interior paulista, essa história que contarei me fez lembrar outras duas já narradas por mim no livro Pra mim você morreu! Calma, não escrevi tudo até aqui para propagar o meu “livreco”, mas, de fato, não tive como não comparar.

O caso é o seguinte: um homem desaparece do mapa um dia antes do seu casamento. A noiva, coitadinha, preocupada, foi até a delegacia, imaginando se tratar de um sequestro, ao que, na verdade, descobriu que tudo não passava de uma farsa do “amado amado”, hoje, certamente, “odiado amado”! Mas, ok, tudo bem, sentimentos à parte, vamos desenrolar a coisa.

O cara se fazia de “gente importante” para atrair a mulherada com seu golpe de homem culto, rico… Ora se intitulava ex-magistrado, ora diplomata, ora embaixador da ONU. A mulher gamou, caiu no conto do safado. Não se sabe se o cara era do tipo bonitão, boa pinta, mas o fato é que a moça se apaixonou e se casaria com ele.

Por se tratar de um cara “ilustre” ou seja lá a denominação que for, a família da noiva, seguindo as tradições, como manda o figurino, o cenário, o bolo, a igreja, o espaço da cerimônia, bancou tudo. Ao que consta, o rapaz desviava toda a grana do evento, sem que ela percebesse. Resumo da ópera: o sem-vergonha escafedeu-se e a moça está desolada – e agora um pouco menos rica – ou mais pobre – do que era.

Esse quase enlace me fez lembrar da Juraceia e das univitelinas Ellen e Kika em “O casamento de Juraceia” e ”Cisne Branco”. São duas histórias diferentes, que têm como propósito casamento.

Seria uma heresia comparar a Jura com o canastrão fujão, mas seus pensamentos e ações foram bem maquiavélicos também. Seu noivo, um cara que não dava mínima para ela, se deu mal. Pagou pela festa, vestido, viagem de lua de mel para Paris, mas, não sou eu quem está dizendo e sim Ceia (me tornei tão íntima dela que posso chama-la assim), “aqui se faz, meu camarada”!!! Já as irmãs Ellen e Kika guardaram um segredo para o resto de suas vidas antes, durante e após o casamento de uma das duas, fruto de um desejo vingativo e latente de alguns anos atrás de uma delas. Posso adiantar que Ellen passou a pensar mil vezes antes de querer roubar o príncipe encantado de alguém!

(Imagem ilustrativa – essa é outra noiva desolada)