Amante cria perfil fake e desmascara o amado

Infidelidade tornou-se palavra comum no cotidiano de Arnaldo*, 51 anos, vendedor. Nos últimos 10 anos, desde que se casou com Marta*, com quem vive até hoje, perdeu a conta de quantas amantes teve, gabando-se dessa “proeza”.

Só que em sua última relação extraconjugal ele se deu mal, sendo desmascarado pela namorada, que testou a lealdade do amado e acabou se decepcionando demasiadamente. Ela não sabia que ele tinha uma esposa – e nem soube. Esse não foi o motivo da sua desilusão.

Acontece que essa moça, com quem Arnaldo estava se relacionando havia seis meses, passou a desconfiar dele. Resolveu, então, criar um perfil falso na rede social e o convidou para conversa. Ele aceitou. Foram quatro dias de namoro virtual, até marcarem um encontro e ela se apresentar como a fulana de tal com quem ele flertava pelos últimos dias. Resultado: terminou o namoro e o deixou arrasado. “Me senti traído. Essa mulher por quem eu estava realmente apaixonado me deixou, e agora fiquei sem chão, me sentindo só. Mas continuo casado com a minha esposa, que nem sonha com essa história, senão ela vai me botar pra fora de casa e me bater, mais uma vez”. Sim, ele apanha, já chegou a ir parar num hospital após forte agressão da mulher. Só não faz parte das estatísticas de vítimas da Lei Maria da Penha porque tem vergonha de contar a sua história em uma delegacia. Para complicar mais ainda seu caso, descobriu recentemente que sua esposa tem um amante.

 

Veja o relato desse homem, que se diz carente e solitário

Estou casado há 10 anos com uma mulher que só me critica. Ela tem suas qualidades, é uma ótima pessoa, honesta, temos os nossos momentos bons, vamos ao shopping, saímos de mãos dadas e tudo mais, até nos relacionamos bem, principalmente depois que eu saio com outras mulheres, sem ela saber, claro! Aliás, parece que tudo fica mais intenso quando isso acontece, mas logo o relacionamento volta a murchar.

Nos separamos duas vezes, mas voltamos. Traição sempre foi o motivo das separações. Nessas duas vezes, ela me mandou embora de casa. Eu fui, mas logo me deixava voltar, sempre com a condição de que não haveria mais infidelidade da minha parte. Eu prometia, mas não resistia.

Minhas buscas extraconjugais são motivadas pela falta de carinho da minha esposa, que tem por hábito me ofender.  Passei então a procurar quem me dava atenção e não ficava só na cobrança. Encontrei e gostei da ideia, desde então não parei mais.

A primeira traição começou no segundo ano de união, em um chat de relacionamento. Eu sempre me classificava nessas salas de bate papo como “o homem ideal”. Tinha um bom papo e a mulherada caia em cima! Nunca revelava meu estado civil, salvo para uma delas, que está comigo até hoje. Só o que ela não sabe é que ela não é minha única parceira fora do casamento.

Os anos passaram e eu consegui manter essa minha situação de vida dupla, tripla. Como eu trabalho na rua, sempre consegui administrar muito bem tudo isso e assim seguia, sem a Marta saber de nada, até que um dia ela descobriu que eu estava saindo com alguém.  Ficou furiosa comigo, mas preferiu descontar tudo na amante, que nem sonhava que eu era casado. Minha companheira decidiu manter o casamento, sob a condição de que isso não se repetiria.

O casamento seguiu, mas logo vinha aquele desejo de procurar quem me entendesse, me aceitasse. Tive outro caso depois com uma mulher que minha esposa conhecia. Essa também sabia que eu era casado, mas não ligou. Inclusive, ela foi o motivo da minha segunda separação. A Marta descobriu, passou a ameaçar a mulher e me botou para fora de casa mas, alguns dias depois, eu já estava de volta, só que na ‘condicional’. Tinha que viver na linha, não desviar, mas era difícil.

Difícil também era conviver com as desconfianças da minha esposa. Certo dia ela pegou uma conversa minha no celular e logo deduziu que havia traição – e havia, apesar de eu negar. Enfurecida, ela jogou todos os objetos que encontrou dentro de casa para cima de mim, até me machucar gravemente e eu ir parar no hospital.  Nessa mesma época, chegou a atear fogo em alguns pertences meus e a cada suspeita era mais agressão e ameaças constantes. Ela me ligava dizendo que se eu não chegasse em casa em cinco, dez minutos, destruiria meu computador ou algo nessa linha. Passei a sentir medo dela, mas continuei em casa, dormia com um olho aberto e outro fechado, no quartinho dos fundos, sempre de porta trancada, até a gente se entender e tudo passar. Ainda assim, eu confio, desconfiando.

Nesse meio tempo, tive outros casos, mas prefiro pular para última, infelizmente a última, por quem eu realmente me apaixonei! Levei um golpe inesperado. Conheci essa mulher na internet, num aplicativo de encontros. Ela morava perto da minha cidade. Tudo foi muito fácil. Eu disse que era divorciado, ela também era. Tínhamos uma boa sintonia. Pra ficar mais tempo com ela, arrumava sempre uma desculpa de viagem de trabalho para a minha esposa. Passamos Natal juntos! Chegamos a namorar sério. Até dormir na casa dela eu dormia. Com ela não havia cobrança, nem crítica, apenas elogio, atenção, carinho, só o que eu não sabia é que ela era mais esperta do que eu pensava. Cai na rede, literalmente!

Depois de seis meses de namoro, ela resolveu me testar, criando um perfil falso na rede social. Me convidou para amizade e eu aceitei. Passamos quatro longos dias conversando muito, até ela marcar um encontro. Eu disse exatamente que roupa estaria vestindo e que horas chegaria. Cheguei e dei de cara com ela, que limitou a me dizer: prazer, eu sou a Nádia*. Sim, se apresentou com o nome que inventou na internet e eu caí feito um pato.  Fiquei surpreso ao encontrá-la, cheguei até a pensar em coincidência, mas não deu tempo de fazer nada. Ela acabou com a farsa! Confesso que me senti traído por ela, um homem sem valor, uma coisa, um objeto.

Para complicar ainda mais, descobri que minha esposa tem um amante. Bem que eu desconfiava que ela andava muito alegre nos últimos tempos. Está até mais bonita, mais cheirosa. Pois é, fui duplamente traído!!! Eu, que queria pegar um galho sem soltar o outro, sem pisar no chão, agora vejo que perdi esse chão.

Aprendizado? Não brincar mais com o sentimento dos outros. Pretendo me separar, só estou esperando um bom motivo, uma briga, alguma coisa assim, porque traição assim, não dá.

 

*Os nomes foram trocados a pedido do entrevistado

(Texto de Claudia Rato)

 

 

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