Alice performática

Alice sonhava ser miss. Sempre vivia frente ao espelho treinando como seria sua fala ao ser avaliada no quesito simpatia na tão almejada competição das mais belas.

Os anos se passaram e ela sequer ganhou o concurso de miss caipirinha do clube que frequentou até seus dezoito anos. Ainda em seu mundo das maravilhas, decidiu ser atriz. Fez vários cursos de dramaturgia, ganhou alguns papeis irrelevantes, mas dessa vez não desistiu de seu objetivo.

A Broadway seria o seu passaporte da alegria. E foi pra lá que a moça resolveu ir. Nova Iorque, rumo à avenida mais badalada das produções musicais, com o intuito de estudar, se formar e voltar uma profissional do tablado, ou quem sabe nem retornar e ficar por lá mesmo, quiçá ir para Hollywood estrelando algumas cenas românticas com George Clooney ou se até lá esse se aposentar, algum “produto” similar.

Não conheceu o astro, mas se apaixonou por outro George, um físico fascinado pela profissão. Mas para Alice, o fascínio emanava mesmo das telonas e dos famosos teatros. Não perdia uma estreia, desde os clássicos aos mais performáticos trabalhos, principalmente os que seguiam a linha da artista sérvia Marina Abramovic.

Alice ficou tão encantada com as performances que via pela cidade que passou a estudar essa “modalidade” artística, e desde então, não parou mais de atuar, seja nos palcos, na rua, em casa, por onde passasse.

A moça era de poucos amigos. Anny, sua companheira de apartamento, e de palco, era sua única confidente. No curso que acabaram de se inscrever, tinham como tarefa logo no quinto dia apresentar uma ação. A partir desse contexto, surgiu uma ideia de Alice, que precisava ter como plateia alguém que não soubesse que o que estava fazendo era uma atuação performática.

Ela e George sairiam para um jantar. Ao retornarem, sua sala virou o palco da cena. Os dois conversaram um pouco, beberam um vinho inteiro, riram, dançaram, e de repente, como se acabasse de tomar um cálice de antídoto, Alice, num ritmo totalmente oposto ao do som que soava uma bela e linda canção, desfaleceu lentamente, numa atuação digna de produção hollywoodiana.

Tudo parecia real e tão verdadeiro que George, ao ver a namorada caída feito bela adormecida, ligou para alguém, num ato de desespero, dizendo: “Liza, minha querida, ‘minha amiga’ morreu. O que eu faço agora? Vou embora daqui, e se acharem que fui eu?”, disse, apavorado.

Anny, que estava em seu quarto, foi até a sala e se fez acreditar no que ocorreu. Confirmou a “morte” da amiga ao rapaz e disse a ele que tomaria todas as providências, levando o corpo da moça para sua terra natal. E lá mesmo George se despediu friamente da bela.

Quando ele foi embora, Alice e a amiga não acreditaram no que ouviram. O cara só queria saber de sumir dali. A dupla de atrizes já pensava qual seria a próxima atuação da pseudomorta, dessa vez não mais em nome da arte e sim da vingança ao saber que, num momento tão dramático, o amado teria ligado para outra mulher e a chamado de minha querida, enquanto a namorada, num piscar de olhos passou a ser sua “amiga” apenas.

 Abramovic quase perde seu posto de “avó da arte da performance”. Isso porque a moça incorporou sua mais nova personagem: a alma de vestido preto e atuou em sua melhor apresentação, numa perfeição digna de Oscar.

Numa noite de lua cheia, janelas e cortinas entreabertas, George, que morava sozinho em um casarão, pegou no sono, no sofá, ao lado da lareira. Em mais um ato cinematográfico, a Alice entrou em ação. Pulou a janela e, como conhecedora de todo o ambiente, foi em todos os pontos da casa onde havia espelhos, deixando nesses locais a mesma mensagem. “Pra mim você também morreu” e, claro, assinando embaixo “Alice, sua eterna namorada”. Ao terminar seu desempenho performático fantasmagórico, deixou no ambiente o som de sua voz com os mesmos dizeres, em tom sombrio e repetitivo. Antes de sair, borrifou pela casa seu perfume predileto, deixando, assim, seu cheiro por todos os cantos. Também desligou as luzes, mantendo acesas somente as velas fincadas nos castiçais espalhados pela sala. A natureza também favorecia o ambiente melancólico daquele início de madrugada ventosa típica de início de outono.

Logo que acordou, George quase fez jus às escritas de Alice e, por pouco, não morreu do coração.

Depois desse dia, já cansada de brincar de ser atriz em terra estrangeira, Alice, que não se sentia mais no país das maravilhas, resolveu voltar para o Brasil.

A foto do seu ex pode virar um hambúrguer

Se na próxima semana você for viajar para os Estaites, não deixe de levar umas fotinhos do seu ex. Não, não é para matar a saudade do fulano ou da sicrana e sim para usar a imagem do beltrano ou beltrana para saciar a fome ou explorar a sua gula.

Calma que você vai entender: a rede Burger king lançou nos Estados Unidos uma campanha para o Valentines´day (Dia dos Namorados de lá), comemorado em 14 de fevereiro. Quem levar uma foto do ex ganhará um Whooper na faixa.

Tá vendo, pra quem dizia que ele ou ela nunca valeu nada, pelo menos a figura agora vale um lanchão, olha que troca boa: uma foto do desgramado (a) por um hambúrguer.

E se por lá a rede de fast-food está investindo nos desenlaces, aqui no Brasil a marca lançou o “Combo da Abstinência”, sob forma de deboche ao programa sugerido pela ministra Damares Alves de incentivo à abstinência sexual dos jovens, medida um tanto quanto, sei lá até o que falar sobre isso, da. Pra quem ficou curioso, aqui o BK oferece o Rebel Whopper, sanduíche feito com hambúrguer à base de plantas + refri e batata frita, com precinho especial –  o slogan da promoção é “os prazeres da carne, mesmo sem carne”.

Se a gente parar para pensar, essa campanha no Brasil tem até uma relação com a ação norte-americana, afinal de contas, se é ex não rola mais nada, correto?

Bom, está dado o recadinho, vai curtir a liberdade na terra do Tio San, leva a fotin…

Mensagem de voz foi o estopim para a descoberta de uma traição

Nesta semana, alguns jornais publicaram a história de Crystal, uma americana que contou como fez apara descobrir a traição do marido.

A chamadinha para o texto  era “Mulher revela como descobriu traição do marido através de mensagem de voz”.

A jovem fez o que grande parte faz quando desconfia de que algo está errado no relacionamento: usou da tecnologia como sua aliada – o interessante no caso foi como ela chegou até a outra…

Depois de rastrear a vida do então marido, agora ex, no aparelho celular do rapaz, Crys passou a ir atrás do pivô da situação.

Em depoimento em um site de relacionamento, o Love What Matters, ela disse que quando tinha 25 anos passou a suspeitar da fidelidade do marido e decidiu ir atrás de informações que pudessem leva-la a alguma pista. Segundo ela não foi tão fácil fazer essa pesquisa, já que o esposo trabalhava temporariamente em outro estado.

Ela conta ainda que chegou a comentar ao amado sobre sua insegurança e que, para sua decepção, ele sugeriu que se distanciassem um pouquinho – uma espécie de férias conjugais para que ela esfriasse a cabeça. “Ele cobriu bem seus rastros e disse que eu estava louca. Eu me senti uma completa lunática”, disse a moça.

Que férias, que nada! Ao que parece, foi depois dessa sugestão esfarrapada do bonitão que a americana resolveu tirar tudo a limpo e começou a buscar mais evidências de que havia algo estranho no ar.

“Eu me levantei do chão em que fiquei presa por horas, paralisada pela dor emocional, e decidi que aquele era o dia em que eu teria uma resposta”, revela.

Como ela já havia pesquisado os registros telefônicos dele e guardado alguns contatos suspeitos, resolveu ligar para um número que parecia ser bastante familiar para o ex, já que havia muitas ligações. Bingo: a saudação de recado era a voz de uma mulher.

Sem esperar molhar o bico, ela já questionou ao rapaz quem era a sirigaita. Numa resposta mais sem sentido do planeta, ele disse se tratar de um número de um amigo que usava o celular da ex-mulher e não tinha trocado a mensagem. Aff, Jésuis!!!

“Não é preciso ser um gênio para saber que isso é besteira”, disse a moça, que está completa de razão.

A partir daí, ela passou a procurar na internet de quem era aquele número e, após vasculhar vários sites, descobriu o nome completo da teúda – daí pras redes sociais foi um pulinho. Logo descobriu seu perfil no Facebook.

Nem foi tão difícil comprovar que o cara era um traíra: a foto principal da conta era de um casal apaixonado – não preciso dizer quem estava lá, todo bonitinho, agarradinho na imagem.

“A raiva correu atrás de mim, mas ao mesmo tempo, eu estava entorpecida. Lá estava a prova que eu implorei ao homem que deveria ser meu para sempre. Era tudo uma mentira. Finalmente, eu entendi a verdade”, desabafa.

Na mesma hora, ela pegou o telefone e ligou para o número da tal mulher do Face. “Anteriormente, quando eu ligava, ela não atendia. Desta vez, ela atendeu depois de dois toques. Eu estava tremendo, suando e não tinha certeza do que iria dizer”, aponta. Na ligação, ela questionou: “Quem é você? Por que está com o meu marido?”.

A mulher não entendeu do que se tratava, perguntando quem era, até que a americana traída explicou o caso. Perplexa, a outra disse não saber que ele era um homem casado.

“Ele havia dito que eu era a ‘ex-namorada maluca’. Outro golpe no estômago. Eu não podia acreditar que essa mulher achasse que eu estava mentindo”, disse a moça.

“Enviei-lhe nossas fotos casamento penduradas na parede e de suas roupas no nosso armário. Eu queria ter certeza de que ela soubesse quem eu era e o que ela tinha feito. Eu também queria ter certeza de que não havia como ele criar outra história para ela sobre mim”, relata.

Depois de desvendar tudo e contar para a mulher quem era, de fato, o cara da foto que ela fazia questão de postar de rosto coladinho ao dela no facebook, a americana ligou para o traíra, que se fez de desentendido. Mas dessa vez ele se deu mal.

Ela apenas se limitou a dizer: “Estou me divorciando de você. Acabou”. Três dias depois, ela encontrou seu advogado e pediu o divórcio.

Segundo a jovem, não foi fácil segurar essa barra, mas aos poucos foi ganhando forças e deu a volta por cima.

De acordo com o site de relacionamento, ela fez uma lista de coisas que queria fazer e, com isso, iniciou uma nova fase da vida. “Comecei a correr e decidi treinar para uma meia maratona, algo que nunca havia feito antes. Eu encontrei alegria, confiança e um sentimento de realização através disso. Corri, fui mergulhar – e até saltei de paraquedas, disse.

É isso aí, moça, vai viver a sua vida e ser bem feliz. Você e outras tantas americanas, brasileiras, italianas, mexicanas…merecem dar um chega pra lá em babacas como esse aí.

Quer uma dica nossa? Pega uma fotinho dele que restou no seu armário, conte até dez, olha bem pra cara dele, corta em picadinho e fala: fulano, pra mim você morreu! 😊

 

(Com informações do Jornal O Dia)

Se fez de sequestrado pra fugir do casamento? É a vida imitando as loucuras da ficção? Ou a ficção retratando os loucos vivos?

Vi hoje uma notícia que muito me chamou a atenção. Claro que chamou a atenção, afinal de contas, tudo o que tem a ver com confusões amorosas me chama atenção, será por quê? E a partir do momento que tomo ciência dos fatos, logo fico atenta para saber até que ponto vai a criatividade do ser humano nesse quesito e se a vida imita a ficção, no caso, os meus personagens um tanto quanto mentalmente diferenciados de pessoas consideradas “normais” no seu estado de espírito, corpo e alma.

Mas, voltando para o fato, que, aliás, ocorreu no interior paulista, essa história que contarei me fez lembrar outras duas já narradas por mim no livro Pra mim você morreu! Calma, não escrevi tudo até aqui para propagar o meu “livreco”, mas, de fato, não tive como não comparar.

O caso é o seguinte: um homem desaparece do mapa um dia antes do seu casamento. A noiva, coitadinha, preocupada, foi até a delegacia, imaginando se tratar de um sequestro, ao que, na verdade, descobriu que tudo não passava de uma farsa do “amado amado”, hoje, certamente, “odiado amado”! Mas, ok, tudo bem, sentimentos à parte, vamos desenrolar a coisa.

O cara se fazia de “gente importante” para atrair a mulherada com seu golpe de homem culto, rico… Ora se intitulava ex-magistrado, ora diplomata, ora embaixador da ONU. A mulher gamou, caiu no conto do safado. Não se sabe se o cara era do tipo bonitão, boa pinta, mas o fato é que a moça se apaixonou e se casaria com ele.

Por se tratar de um cara “ilustre” ou seja lá a denominação que for, a família da noiva, seguindo as tradições, como manda o figurino, o cenário, o bolo, a igreja, o espaço da cerimônia, bancou tudo. Ao que consta, o rapaz desviava toda a grana do evento, sem que ela percebesse. Resumo da ópera: o sem-vergonha escafedeu-se e a moça está desolada – e agora um pouco menos rica – ou mais pobre – do que era.

Esse quase enlace me fez lembrar da Juraceia e das univitelinas Ellen e Kika em “O casamento de Juraceia” e ”Cisne Branco”. São duas histórias diferentes, que têm como propósito casamento.

Seria uma heresia comparar a Jura com o canastrão fujão, mas seus pensamentos e ações foram bem maquiavélicos também. Seu noivo, um cara que não dava mínima para ela, se deu mal. Pagou pela festa, vestido, viagem de lua de mel para Paris, mas, não sou eu quem está dizendo e sim Ceia (me tornei tão íntima dela que posso chama-la assim), “aqui se faz, meu camarada”!!! Já as irmãs Ellen e Kika guardaram um segredo para o resto de suas vidas antes, durante e após o casamento de uma das duas, fruto de um desejo vingativo e latente de alguns anos atrás de uma delas. Posso adiantar que Ellen passou a pensar mil vezes antes de querer roubar o príncipe encantado de alguém!

(Imagem ilustrativa – essa é outra noiva desolada)